MC
ASSOCIAÇÃO DE CAÇA E PESCA DO TORTOSENDO
RAZÕES DE UMA NOVA ASSOCIAÇÃO
Entrevista com o Presidente da Direcção, Sr. Armando Louro Ferreira
A
caça é uma das mais antigas actividades do ser humano. Antes da civilização, a caça era a principal fonte de alimento de muitos dos grupos humanos. Com a extinção ou ameaça de extinção de algumas espécies, foi necessária a criação de normas reguladoras da caça, que só é permitida em locais determinados, para certas espécies e em número limitado de quantidade.Em Portugal, a caça rege-se pela Lei n°. 173/99 de 21/09, regulamentada pelo Decreto-Lei n°. 202/2004 de 18 de Agosto, com as alterações introduzidas pelo Dec.-lei n°.201/2005 de 24 de Novembro.Á Lei de Bases Gerais da Caça estabelece os princípios orientadores que devem nortear a actividade cinegética nas suas diferentes vertentes, em especial a conservação do meio ambiente, a criação e melhoria das condições que possibilitem a exploração racional da caça e uma gestão sustentável dos recursos cinegéticos.Uma breve conversa com o Presidente da Direcção da recém-criada Associação de Caça e Pesca do Tortosendo, Sr. Armando Louro, poderá permitir compreender um pouco melhor o que significa ser, hoje, caçador, e como pode esta actividade constituir uma forma de defesa do ambiente e dos próprios animais.LAT- Porquê uma Associação de Caça e Pesca no Tortosendo?Armando Louro (AL) - A Associação veio preencher uma lacuna. Se o nãc fizéssemos, corríamos o risco de ver as terras pertencentes ao Tortosendo, em matéria de caça e pesca, serem "governadas" pelas associações das localidades limítrofes. Como esteve quase a acontecer. Obviamente, nem enquanto tortosendenses nem enquanto caçadores poderíamos deixar que isso acontecesse.LAT- E porquê só agora?AL - A verdade é que esta necessidade, de início, e durante muito tempo, foi passando despercebida, até porque a nova Lei da Caça suscitou, desde o início resistência por parte de muitos caçadores.LAT- O que é que a Lei trouxe de novo?AL - Quase tudo. Até o próprio conceito de caça e de caçador mudou. A verdade é que esta Lei veio alterar, por completo, o panorama até aí existente. Praticamente acabou com o regime de caça livre, isto é, deixou de ser possível ao caçador pegar na arma, sair pelos campos fora e "atirar a tudo quanto mexia". Há hoje uma ética de caça que obriga o caçador a respeitar as leis e os regulamentos da caça e a ser consciente e responsável para com a natureza em geral e os animais a caçar.LAT- Onde pode agora um caçador caçar?AL - As normas de ordenamento cinegético vieram criar quatro tipos de zonas de caça: as ZCN - zonas de caça nacionais, geridas exclusivamente pelo Estado, as ZCM - zonas de caça municipal, as ZCT - zonas de caça turística e as ZCA - zonas de caça associativa. A nossa associação enquadra-se nestas últimas.LAT- A Associação tem direitos e deveres...AL - Com certeza. Estão bem expressos na lei e conjugam-se no Art° 2° dos nossos Estatutos que define os objectivos fundamentais.LAT-Que são...AL - De forma resumida: promover o lazer e a formação dos caçadores e pescadores; fomentar os recursos cinegéticos e a prática ordenada da caça e da pesca; zelar pela lei e promover a conservação e ordenamento das espécies de caça e pesca; apoiar cursos e acções de formação para os candidatos à carta de caçador.Quero salientar o papel didáctico e pedagógico que cabe à Associação e que será, seguramente, um ponto de honra na nossa actuação futura.LAT - As actividades ligadas à caça e à pesca estiveram, tradicionalmente, ligados a colectividades, como o Unidos. Face à nova Lei e aos novos conceitos procedimentos da caça, seria possível manter essa relação?AL - Claramente, não. Os objectivos das colectividades definem-se pelo Desporto, Cultura, Recreio e Solidariedade. A caça e a pesca cabiam ali enquanto forma simples de desporto ou de recreio. Ora, como já disse, estas actividades são, agora e por exigência da própria Lei, muito mais do que isso. E os clubes não estão naturalmente, vocacionados para tal. Nem os seus estatutos o permitiriam. Daí. também, a necessidade da criação da nossa Associação.
LAT- Foi difícil o processo de criação da Associação?AL - Foi um trabalho imenso, de burocracias e de contactos. Tivemos de contactar todos os proprietários de terras da área da associação para darem o seu acordo, por escrito, à inclusão das suas propriedades na associação. Foi preciso um esforço tremendo, mas estamos satisfeitos e orgulhosos por termos sido capazes de tornar possível esta associação no Tortosendo.LAT- Criada a Associação significa que está já em condições de funcionar plenamente?AL — Ainda não. A criação da Associação foi o primeiro passo. Depois, apresentamos à Direcção Geral dos Recursos Florestais, os Planos de Ordenamento e Exploração Cinegética para apreciação e aprovação de uma reserva de caça e outra de pesca, o que está a ser feito. Por fim, aguardamos nos seja atribuída a concessão, o que contamos venha a acontecer durante os meses de Julho ou Agosto de 2007.
LAT- Com que apoios conta a Associação?
AL - Somente com o apoio logístico da Federação Portuguesa de Caça.
LAT- Quem pode ser sócio da Associação?AL - Só podem ser sócios os naturais do Tortosendo e os que cá residem.
LAT- Quantos sócios tem já a Associação e o que é necessário para o ser? AL - Neste momento, contamos já com 80 sócios caçadores. Ser sócio caçador obriga ao pagamento duma quota de 10,00 €/mensais ou de 100,00 €/anuais, e de uma jóia de inscrição no valor de 200,00 €. A propósito, e a título comparativo, refira-se que o valor da jóia, nas associações congêneres, varia entre 500,00 e 750,00 euros.LAT- São diferentes as condições de sócio pescador?AL - São. A quota é de 1,00 €/mensal e não há lugar ao pagamento de qualquer jóia. No final do primeiro ano de associado, a Associação oferece ao sócio pescador o custo referente à licença de pesca regional.LAT- Em que situação se encontra a vertente pesca no âmbito da Associação?
AL - Está mais atrasado do que a caça. Mas está a ser elaborado o Plano de Exploração Aquícola das águas fluviais do Zêzere, dentro dos limites da freguesa do Tortosendo, que terá desenvolvimento a seu tempo.LAT- Para terminar, indique dois objectivos que gostaria de ver concretizado no futuro.AL- Assumir, por inteiro, o papel didáctico e pedagógico da Associação e criar uma escola de futuros caçadores. 2 -Termos capacidade de efectuar repovoamentos, reforços cinegéticos e largadas no território da nossa concessão, com a criação e manutenção de um aviário para esse efeito.
Entrevista de Manuel Carrola
LAT- Foi difícil o processo de criação da Associação?AL - Foi um trabalho imenso, de burocracias e de contactos. Tivemos de contactar todos os proprietários de terras da área da associação para darem o seu acordo, por escrito, à inclusão das suas propriedades na associação. Foi preciso um esforço tremendo, mas estamos satisfeitos e orgulhosos por termos sido capazes de tornar possível esta associação no Tortosendo.LAT- Criada a Associação significa que está já em condições de funcionar plenamente?AL — Ainda não. A criação da Associação foi o primeiro passo. Depois, apresentamos à Direcção Geral dos Recursos Florestais, os Planos de Ordenamento e Exploração Cinegética para apreciação e aprovação de uma reserva de caça e outra de pesca, o que está a ser feito. Por fim, aguardamos nos seja atribuída a concessão, o que contamos venha a acontecer durante os meses de Julho ou Agosto de 2007.
LAT- Com que apoios conta a Associação?
AL - Somente com o apoio logístico da Federação Portuguesa de Caça.
LAT- Quem pode ser sócio da Associação?AL - Só podem ser sócios os naturais do Tortosendo e os que cá residem.
LAT- Quantos sócios tem já a Associação e o que é necessário para o ser? AL - Neste momento, contamos já com 80 sócios caçadores. Ser sócio caçador obriga ao pagamento duma quota de 10,00 €/mensais ou de 100,00 €/anuais, e de uma jóia de inscrição no valor de 200,00 €. A propósito, e a título comparativo, refira-se que o valor da jóia, nas associações congêneres, varia entre 500,00 e 750,00 euros.LAT- São diferentes as condições de sócio pescador?AL - São. A quota é de 1,00 €/mensal e não há lugar ao pagamento de qualquer jóia. No final do primeiro ano de associado, a Associação oferece ao sócio pescador o custo referente à licença de pesca regional.LAT- Em que situação se encontra a vertente pesca no âmbito da Associação?
AL - Está mais atrasado do que a caça. Mas está a ser elaborado o Plano de Exploração Aquícola das águas fluviais do Zêzere, dentro dos limites da freguesa do Tortosendo, que terá desenvolvimento a seu tempo.LAT- Para terminar, indique dois objectivos que gostaria de ver concretizado no futuro.AL- Assumir, por inteiro, o papel didáctico e pedagógico da Associação e criar uma escola de futuros caçadores. 2 -Termos capacidade de efectuar repovoamentos, reforços cinegéticos e largadas no território da nossa concessão, com a criação e manutenção de um aviário para esse efeito.
Entrevista de Manuel Carrola
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